1. |
Primeira dose
02:25
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Se eu fosse todo o meu contrário
Bem mais interessante seria
E a agonia da minha verdade
Me corrói a conta gotas todo dia
EU SOU TODO ERRADO
EU SOU MONSTRO DE MIM
QUE TEMPERA O ÓDIO
PRA SUPIR O QUE FALTA
Eu sou o maluco da rua
Que te adestraram a evitar
Eu só faço merda
Eu nunca me acho
Porque nunca me dispus a me procurar
EU TODO ERRADO
EU SOU O MONSTRO DE MIM
QUE TEMPERA O ÓDIO
PRA SUPRIR O QUE FALTA
Ser um nada até o fim
Pra ser algo pra porra nenhuma
A ressaca sagrada do porre satânico
Pra se santificar
Se eu fosse o fim do resto de tudo
Mas não sou ninguém
Não sei de nada
Se eu fosse ao menos e certo o meu fim
Bem mais interessante eu seria
Pra suprir meus vermes até o fim
Com o que sobra da minha agonia
O resto de tudo
Não sou ninguém
É certo o meu fim
Ser um nada até o fim
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2. |
O gostinho da sarjeta
01:55
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Vivendo a procura da morte
Numa caça que não tinha fim
Andei em círculos até morrer
Não via que a morte é quem procurava por mim
SÓ OS MORTOS DAS RUAS ENTENDEM
O SABOR DO VENENO DA SARJETA
SÓ NA SARJETA É QUE SE ENTENDE A DOR
DE QUEM NÃO TEM NADA A PERDER
No abrigo do assassino
Num tranquilo esconderijo
Mas atocaiado, vencido e esquartejado
Esquecido não está
SÓ OS MORTOS DAS RUAS SENTEM BEM
O GOSTINHO DO VENENO DA SARJETA
QUANDO SE PERDE A MORAL DE MANDAR
NOS VERMES DO SEU PRÓPRIO CADÁVER
SÓ OS VERMES DAS RUAS QUE SABEM
DO VALOR DO CARALHO DA SARJETA
SÓ NA SARJETA SE LIVRA DA DOR
DE VIDAS ESTRAGADAS A TOA
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3. |
Cadafalso
01:10
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Volta a cocheira o rebanho dos vencidos
Humilhados não conseguem mais lutar
Voltam pra cela escura dos esquecidos
Rogam a deus pra em silêncio definhar
E depois de tanta guerra
Ao cair da noite de degrau em degrau
Condenado ao abismo de demência
Se matando por um pouco de morfina
Porque é preciso estar atento e forte
Porque é preciso confiar na morte
E ao cair da noite
De degrau em degrau
Sobe o cadafalso e cai
Sobe o cadafalso e cai
Sobe o cadafalso e cai
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4. |
Você
02:20
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Você
Manhã assassina que planeja pro dia morrer
Você
Que sai dos valões apodrecidos pra vir me afogar
Você
Que ouve certo e fala errado demais
Você
Que não desiste de insistir no erro
E que no fim das contas só quer decidir
Quem é que eu vou ser
Você
Que não sabe o que é sofrer
Não venha me ensinar a ser feliz
Você
Que acha que vai me ensinar
Quem eu vou ser
Eu que falo mais merda do que você suporta ouvir
E olha que eu fui o mudo que contigo aprendeu a falar
Você
Que de tão escroto não para de me ouvir
Você
Que sabe que eu minto mas ouve porque é o que quer que eu fale
Você
Que eu vi de braços dados com o diabo e não me chamou
Você
Que eu tanto odeio
Porque você é o desgraçado que eu sou
Fingindo ser você
Fugindo de quem eu vou ser
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5. |
Nosso lugar desgraçado
01:48
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Nós sempre nos encontramos aqui nesse lugar desgraçado
Merecemos ser o que somos nesse lugar desgraçado
Porque todo castigo pra gente é pouco
Somos os bastardos
Somos a depravação
Somos os errados
Somos quem não queremos não ser
Sua revolta não me interessa
A menos que me mantenha enganado
Porque nós não nos merecemos nesse lugar desgraçado
Eu que mereço estar aqui nesse lugar desgraçado
Eu que paguei com a minha alma e não consigo fugir
Eu sei que mereço estar com você nesse lugar desgraçado
Aonde sempre me acho quando quero me perder
Enterrei minha esperança na sola do seu sapato
Encontrei minha saída num mendigo desgraçado
Me deixa morrer em paz
Me deixa sofrer em paz
Me deixa na minha cama
Me deixa morrer em paz
Banheiro sujo, cerveja quente
Vamos todos pro inferno
Olho por olho, dente por dente
Nesse lugar desgraçado
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6. |
Ressaca Eterna
01:51
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Por quem meus bolsos esvaziam?
Por quem não choro por vergonha?
No arrependimento da segunda feira
Que não dura até o fim de semana?
Por que sofro com o que gosto
Se mato para viver?
Nas sinucas falsas
Nos gritos não ouvidos
Na surdez da multidão
Por que pra mim não digo não?
Pelo álcool, pela gana
Pelas putas que não dizem não.
Por quem mata os pais?
Por quem satisfaz
Se no fim da festa só nos resta
Corpos vazios?
Pelas almas tortas
Que renegam a razão
Pelo cheiro das covas que me esperam ansiosas
Pra devorar o meu corpo
Pra dissolver minha vida
À assim firma teu chão por quem vivo torto
Nas ruas imundas, nos becos escuros
Na comida que me devora
Antes do diabo
Me esmagar com a mão
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7. |
A revolta do Boêmio
02:01
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Se meu castigo foi a boêmia
É porque não fui tão mau
E o que fiz de bom
Deixei muito a desejar
Seja um louco novato
Ou um antigo ateu
Isso nada quer dizer
Nada disso importa
Nada como o contorno da cadeira que espera
Só as baratas do banheiro do bar sabem da minha vida
Quem falará merda ao trono
Como o rei bufão para as tropas desleais?
Aquele que mata em silêncio
Aquele que nos guia
Rumo ao grande abismo
Da incoerência nua e crua
Avante homens de fé
Marchem para a morte
Morram pra viver
Enquanto bebo o meu vinho
E vomito a toa
Nas suas carcaças
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8. |
Miseráveis
01:54
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Sou o sacerdote ateu
O da grande prostituta
Faço o que faço porque tem que ser feito
No entanto fiz o que fiz
E quando vi estava cego
NUNCA FUI TÃO CEGO
NUNCA FUI TÃO POBRE
O que falo tem gosto de veneno e é por isso que eu me calo
Porque não quero morrer
Com as besteiras que falo
EU NUNCA FUI TÃO CEGO
NUNCA FUI TÃO POBRE
NUNCA FUI AQUELE QUE EU PRÉ SONHAVA SER
Se só se ouve no silêncio
Prefere calado sofrer
Se eu só te cuspo o meu veneno
Que não te mata e me faz morrer
NUNCA FUI TÃO CEGO
NUNCA FUI TÃO POBRE
NUNCA FUI AQUELE QUE EU PRÉ JULGAVA SER
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9. |
O grito dos mudos
01:23
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Que razão o certo vai ter
Pra encarar esse mundo escroto?
Aonde a vida acontece
Quando todos já estão mortos
O seu grito sempre errado
Todos obedecerão
Seus sussurrros vale menos
Que a pureza dos pagãos
Escravo de tua boca suja
Não reconhece mais a própria a vida
Esse vice e versa que só corrói
Sua voz será ouvida
Mas ninguém te entenderá
Sua lei que só conduz
Aos despurados corpos nus
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10. |
Sem saída
01:49
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Qual é o farrapo que te guia?
Quem é a besta que te segue?
Que quando quer te encontrar
É só seguir o rastro de sangue no chão
QUE SANGUE É ESSE SOB TEUS PÉS?
QUAL CHÃO QUE TE SUSTENTARÁ?
Eu sou um fruto de um corte viés
Eu sou o sangue derramado no chão
Se no recaminho tu me achas
É nas esquinas que te perco
Preso em seu território de feras
Amordaçado em carne crua
QUE SANGUE É ESSE SOB TEUS PÉS?
QUAL CHÃO QUE TE SUSTENTARÁ?
Eu sou o fruto de um corte viés
Eu sou um sangue derramado no chão
É nesse mesmo lugar
Aonde sempre nos encontramos
Aonde eu nunca quis estar
Aonde nos encontramos
Aonde sempre nos perdemos
Pra nos encontrar
QUE SANGUE É ESSE SOB TEUS PÉS?
QUAL CHÃO QUE TE SUSTENTARÁ?
Eu sou o fruto do corte viés
Eu sou o sangue derramado no chão
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11. |
Doses letais
02:35
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A vida é uma mentira
E nem precisa viver muito
Pra saber a verdade
Que a vida é uma merda
DOSES LETAIS DE ÓPIO
PRA QUE EU SOBREVIVA À DOR
DOSES LETAIS DE ÓPIO
PRA QUE EU SOBREVIVA À DOR DE MORRER
E pra dor que não tem cura
É melhor viver dopado
E no fim de tudo
A ignorância é a melhor morfina
DOSES LETAIS DE ÓPIO
PRA QUE EU SOBREVIVA À DOR
DOSES LETAIS DE ÓPIO
PRA QUE EU SOBREVIVA À DOR DE MORRER
A vida em excesso em mata
Bright mellow in the get it funny house
Quando mais se vive mais profundo se enterra
Quanto mais mais menos se será
É pra isso que eu vivo
Pra acabar comigo
A cada dose pra adoçar a cirrose
É pra isso que vivo
Pra acabar comigo
Pra acabar com a raça de gente como eu
Doses letais de ópio pra que eu sobreviva à dor
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12. |
Céu de serpentes
00:54
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13. |
Última dose
03:21
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Será que rirei por último
Quando o resultado da minha diversão
Nada mais será
Do que meu sangue espirrado no chão
E quanto custa meu sangue podre
Que sujou o teu caminho?
E quanto me custará pra esquecer
Quem sou sem dor?
Uma dose de veneno
Que me mata fácil
Uma dose de veneno
Que me satisfaz
Uma dose de veneno
Que se acha nas esquinas
A última dose de veneno
Como um tiro de misericórdia
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